terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As Virtudes Teologais


As virtudes teologais são: Fé, Esperança e Caridade.

Elas se chamam virtudes teologais porque têm a Deus por objeto imediato e principal, e são infundidas por Ele.

As virtudes teologais têm a Deus por objeto imediato porque, com a Fé, nós cremos em Deus e cremos em tudo o que Ele revelou; com a Esperança, esperamos possuir a Deus; e com a Caridade, amamos a Deus, e n’Ele amamos a nós mesmos e ao próximo.

Deus, em sua bondade, infunde na alma as virtudes teologais quando a adorna com sua graça santificante; e por isso, quando recebemos o Batismo, fomos enriquecidos com estas virtudes, juntamente com os dons do Espírito Santo.

Para quem desfruta o uso da razão, não basta ter recebido no Batismo as virtudes teologais, mas é necessário fazer freqüentemente atos destas virtudes.

Somos obrigados a fazer os atos de Fé, de Esperança e de Caridade:
1º – quando chegamos ao uso da razão;
2º – freqüentes vezes, no decurso da vida;
3º – em perigo de morte.

Da Fé

A Fé é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, cremos ser verdade tudo que Ele revelou, e que por meio da Igreja nos propõe para crer.

Nós conhecemos as verdades reveladas por Deus por meio da Santa Igreja, que é infalível; isto é, por meio do Papa, sucessor de São Pedro, e por meio dos Bispos, sucessores dos Apóstolos, os quais foram instruídos pelo próprio Jesus Cristo .

Nós estamos seguros das coisas que a Santa Igreja nos ensina, porque Jesus Cristo empenhou a sua palavra, afirmando que a Igreja nunca se enganaria.
Perde-se a Fé com negar ou duvidar voluntariamente, mesmo de um só artigo que nos é proposto para crer.

Reconquista-se a Fé perdida arrependendo-se do pecado cometido e crendo de novo em tudo o que crê a Santa Igreja.

Da Esperança

A Esperança é uma virtude sobrenatural, infusa por Deus em nossa alma, pela qual desejamos e esperamos a vida eterna, que Deus prometeu a seus servos, e os auxílios necessários para obtê-la.

Devemos esperar de Deus o paraíso e os auxílios necessários para obtê-lo, porque Deus misericordiosíssimo, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o prometeu a quem o serve de coração; e, sendo fidelíssimo e onipotente, mantém sempre a sua promessa.

As condições necessárias para obter o paraíso são a graça de Deus, o exercício das boas obras e a perseverança no seu santo amor até a morte.

A Esperança se perde todas as vezes que se perde a Fé; perde-se ainda pelos pecados de desespero e de presunção.

A Esperança perdida recupera-se com arrepender-se do pecado cometido e excitando-nos de novo à confiança na bondade divina.

Da Caridade

A Caridade é uma virtude sobrenatural infundida por Deus em nossa alma, pela qual amamos a
Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus.

Devemos amar a Deus porque Ele é o sumo Bem, infinitamente bom e perfeito; e, além disso, porque Ele o manda e pelos inumeráveis benefícios que d’Ele recebemos.

Deve-se amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o coração, com toda a mente, com toda a alma e com todas as forças.

Amar a Deus sobre todas as coisas quer dizer preferi-Lo a todas as criaturas mais caras e mais perfeitas e estar disposto a perder tudo antes que ofendê-Lo e cessar de amá-Lo.

Amar a Deus de todo o coração quer dizer consagrar-Lhe todos os nossos afetos.

Amar a Deus com toda nossa mente quer dizer dirigir-Lhe todos os nossos pensamentos.

Amar a Deus com toda nossa alma quer dizer consagrar-Lhe o uso de todas as potências de nossa alma.

Amar a Deus com toda nossa força quer dizer procurar crescer sempre mais no seu amor e fazer com que todas as nossas ações tenham por motivo e fim seu amor e o desejo de O agradar.
Devemos amar o próximo por amor de Deus porque Ele o manda e porque todo homem é sua imagem.

Amar o próximo como a si mesmo quer dizer desejar-lhe e fazer-lhe, tanto quanto pudermos, todo bem que devemos desejar para nós mesmos e não desejar fazer-lhe nenhum mal.

Nós amamos retamente a nós mesmos quando procuramos servir a Deus e pôr n’Ele toda nossa felicidade.

Perde-se a Caridade com qualquer pecado mortal.

Recupera-se a Caridade fazendo atos de amor a Deus, arrependendo-se e confessando-se como se deve.

(Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano)

Um comentário:

  1. O cristão que intenta viver uma vida segundo Deus, conta com a graça divina e as virtudes, quer dizer, com todos os meios para conseguir o fim a que Deus o chama. Em conseqüência, com a ajuda de Deus e o esforço próprio, há de ir crescendo na virtude. Deus nunca abandona, e basta que lutemos para fazer o bem e viver a caridade - sobretudo - que, como temos dito, consiste em amar a Deus com toda a alma e a nós e ao próximo por amor a Deus...Paz e bem!

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