sábado, 22 de janeiro de 2011

Dos dons do Espírito Santo


Os dons do Espírito Santo são sete: 1º o dom da Sabedoria; 2º do Entendimento; 3º do Conselho; 4º da Fortaleza; 5º da Ciência; 6º da Piedade; 7º do Temor de Deus.

Os dons do Espírito Santo servem para nos confirmar na Fé, na Esperança e na Caridade; e para nos tornar prontos aos atos das virtudes necessárias para conseguir-se a perfeição da vida cristã.

A Sabedoria é um dom com o qual nós, elevando a mente acima das coisas terrenas e frágeis, contemplamos as eternas, isto é, a eterna Verdade que é Deus, comprazendo-nos com Ele e amando-O, pois consiste em todo nosso bem.

O Entendimento é um dom com o qual nos é facilitada, tanto quanto é possível a um homem mortal, a inteligência da verdadeira Fé e dos divinos mistérios, os quais não podemos conhecer com a luz natural de nosso intelecto.

O Conselho é um dom com o qual, nas dúvidas e incertezas da vida humana, conhecemos o que mais convém para a glória de Deus, à nossa salvação e à do próximo.

A Fortaleza é um dom que nos incute valor e coragem para observar fielmente a santa lei de Deus e da Igreja, superando todos os obstáculos e os assaltos dos nossos inimigos.

A Ciência é um dom com o qual julgamos retamente as coisas criadas e conhecemos o modo de bem usá-las e de as dirigir ao fim último que é Deus.

A Piedade é um dom com o qual veneramos e amamos a Deus e os Santos, e conservamos um ânimo pio e bondoso para com o próximo por amor de Deus.

O Temor de Deus é um dom que nos faz reverenciar a Deus e temer ofender a sua Divina Majestade, e que nos afasta do mal, incitando-nos ao bem.

Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As Virtudes Cardeais


As virtudes cardeais são: Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança. Elas se chamam virtudes cardeais porque são o eixo e o fundamento das virtudes morais.

A Prudência é a virtude que dirige toda ação ao seu devido fim, e por isso procura os meios convenientes para que a ação seja bem feita, e assim aceita pelo Senhor.

A Justiça é a virtude pela qual damos a cada um o que lhe é devido.

A Fortaleza é a virtude que nos dá coragem para não temer nenhum perigo, nem mesmo a própria morte no serviço de Deus.

A Temperança é a virtude pela qual refreamos os desejos desordenados dos prazeres sensíveis e usamos com moderação os bens temporais.

Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As Virtudes Teologais


As virtudes teologais são: Fé, Esperança e Caridade.

Elas se chamam virtudes teologais porque têm a Deus por objeto imediato e principal, e são infundidas por Ele.

As virtudes teologais têm a Deus por objeto imediato porque, com a Fé, nós cremos em Deus e cremos em tudo o que Ele revelou; com a Esperança, esperamos possuir a Deus; e com a Caridade, amamos a Deus, e n’Ele amamos a nós mesmos e ao próximo.

Deus, em sua bondade, infunde na alma as virtudes teologais quando a adorna com sua graça santificante; e por isso, quando recebemos o Batismo, fomos enriquecidos com estas virtudes, juntamente com os dons do Espírito Santo.

Para quem desfruta o uso da razão, não basta ter recebido no Batismo as virtudes teologais, mas é necessário fazer freqüentemente atos destas virtudes.

Somos obrigados a fazer os atos de Fé, de Esperança e de Caridade:
1º – quando chegamos ao uso da razão;
2º – freqüentes vezes, no decurso da vida;
3º – em perigo de morte.

Da Fé

A Fé é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós, apoiados na autoridade do mesmo Deus, cremos ser verdade tudo que Ele revelou, e que por meio da Igreja nos propõe para crer.

Nós conhecemos as verdades reveladas por Deus por meio da Santa Igreja, que é infalível; isto é, por meio do Papa, sucessor de São Pedro, e por meio dos Bispos, sucessores dos Apóstolos, os quais foram instruídos pelo próprio Jesus Cristo .

Nós estamos seguros das coisas que a Santa Igreja nos ensina, porque Jesus Cristo empenhou a sua palavra, afirmando que a Igreja nunca se enganaria.
Perde-se a Fé com negar ou duvidar voluntariamente, mesmo de um só artigo que nos é proposto para crer.

Reconquista-se a Fé perdida arrependendo-se do pecado cometido e crendo de novo em tudo o que crê a Santa Igreja.

Da Esperança

A Esperança é uma virtude sobrenatural, infusa por Deus em nossa alma, pela qual desejamos e esperamos a vida eterna, que Deus prometeu a seus servos, e os auxílios necessários para obtê-la.

Devemos esperar de Deus o paraíso e os auxílios necessários para obtê-lo, porque Deus misericordiosíssimo, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o prometeu a quem o serve de coração; e, sendo fidelíssimo e onipotente, mantém sempre a sua promessa.

As condições necessárias para obter o paraíso são a graça de Deus, o exercício das boas obras e a perseverança no seu santo amor até a morte.

A Esperança se perde todas as vezes que se perde a Fé; perde-se ainda pelos pecados de desespero e de presunção.

A Esperança perdida recupera-se com arrepender-se do pecado cometido e excitando-nos de novo à confiança na bondade divina.

Da Caridade

A Caridade é uma virtude sobrenatural infundida por Deus em nossa alma, pela qual amamos a
Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos por amor de Deus.

Devemos amar a Deus porque Ele é o sumo Bem, infinitamente bom e perfeito; e, além disso, porque Ele o manda e pelos inumeráveis benefícios que d’Ele recebemos.

Deve-se amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o coração, com toda a mente, com toda a alma e com todas as forças.

Amar a Deus sobre todas as coisas quer dizer preferi-Lo a todas as criaturas mais caras e mais perfeitas e estar disposto a perder tudo antes que ofendê-Lo e cessar de amá-Lo.

Amar a Deus de todo o coração quer dizer consagrar-Lhe todos os nossos afetos.

Amar a Deus com toda nossa mente quer dizer dirigir-Lhe todos os nossos pensamentos.

Amar a Deus com toda nossa alma quer dizer consagrar-Lhe o uso de todas as potências de nossa alma.

Amar a Deus com toda nossa força quer dizer procurar crescer sempre mais no seu amor e fazer com que todas as nossas ações tenham por motivo e fim seu amor e o desejo de O agradar.
Devemos amar o próximo por amor de Deus porque Ele o manda e porque todo homem é sua imagem.

Amar o próximo como a si mesmo quer dizer desejar-lhe e fazer-lhe, tanto quanto pudermos, todo bem que devemos desejar para nós mesmos e não desejar fazer-lhe nenhum mal.

Nós amamos retamente a nós mesmos quando procuramos servir a Deus e pôr n’Ele toda nossa felicidade.

Perde-se a Caridade com qualquer pecado mortal.

Recupera-se a Caridade fazendo atos de amor a Deus, arrependendo-se e confessando-se como se deve.

(Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

As Sagradas Escrituras e a Tradição



§ 4º - Da Sagrada Escritura

As verdades que Deus revelou estão contidas na Sagrada Escritura e na Tradição.

A Sagrada Escritura é a coleção dos livros escritos pelos Profetas e pelos hagiógrafos, pelos Apóstolos e Evangelistas por inspiração do Espírito Santo, e recebidos pela Igreja como inspirados.

Ela se divide em duas partes: Antigo e Novo Testamentos.

O Antigo Testamento contém os livros inspirados escritos antes da vinda de Jesus Cristo. O Novo Testamento contém os livros inspirados escritos depois da vinda de Jesus Cristo.

A Sagrada Escritura chama-se comumente com o nome de Bíblia Sagrada. A palavra Bíblia quer dizer coleção dos livros santos, o livro por excelência, o livro dos livros, o livro inspirado por Deus.

A Sagrada Escritura é chamada o livro por excelência por causa da excelência da matéria de que trata e do Autor que a inspirou.

Na Sagrada Escritura não pode haver nenhum erro, porque, sendo toda inspirada, o Autor de todas suas partes é o próprio Deus. O que não impede que, nas cópias e traduções da mesma, possa ter-se dado algum engano dos copistas ou dos tradutores. Porém, nas edições revistas e aprovadas pela Igreja Católica, não pode haver erro no que refere-se à fé ou à moral.

A leitura da Bíblia não é necessária a todos os cristãos, instruídos como o são pela Igreja; no entanto, é muito útil e recomendada a todos.

Podem-se ler as traduções em vernáculo da Bíblia que são reconhecidas como fidedignas pela Igreja Católica e venham acompanhadas de explicações aprovadas pela mesma Igreja.

Só se podem ler as traduções que são aprovadas pela Igreja, porque só Ela é a legítima custódia da Bíblia.

O verdadeiro sentido das Sagradas Escrituras, só o podemos conhecer por meio da Igreja, que não pode errar ao interpretá-las.

Se a um cristão for oferecida a Bíblia por um protestante ou por qualquer emissário dos protestantes, deve-se rejeitá-la com horror, porque é proibida pela Igreja; e se a tiver recebido sem notar, deverá logo lançá-la nas chamas ou entregá-la ao próprio pároco.

A Igreja proíbe as Bíblias protestantes, porque ou são alteradas e contêm erros, ou então, faltando-lhes aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções das Sagradas Escrituras já aprovadas por ela, mas reimpressas sem as explicações aprovadas pela mesma Igreja.

§ 5º - Da Tradição

A Tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva voz por Jesus Cristo aos Apóstolos, e que chegou sem alteração até nós, de século em século, por meio da Igreja.

Os ensinamentos da Tradição acham-se principalmente nos decretos dos Concílios, nos escritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras e nos usos da sagrada Liturgia.

A Tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus revelada, contida na Sagrada Escritura.

(fonte: Catechismo Maggiore promulgato da San Pio X, Roma, Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano, pp. 198-202)

Das Obras de Misericórdia


As boas obras, das quais será pedida uma conta particular no dia do Juízo, são as obras de misericórdia. Obra de misericórdia é aquela com a qual se socorre as necessidades corporais ou espirituais do nosso próximo.

As obras de misericórdia corporais são:

1 — Dar de comer a quem tem fome.
2 — Dar de beber a quem tem sede.
3 — Vestir os nus.
4 — Dar pousada aos peregrinos.
5 — Visitar os enfermos.
6 — Visitar os encarcerados.
7 — Sepultar os mortos.

As obras de misericórdia espirituais são:

1 — Dar bom conselho.
2 — Instruir os ignorantes.
3 — Advertir os pecadores.
4 — Consolar os aflitos.
5 — Perdoar as ofensas.
6 — Suportar pacientemente as moléstias do próximo.
7 — Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.

Catecismo da Doutrina Cristã

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Dos vícios capitais e dos outros pecados mais graves


O vício é uma má disposição da alma, que a leva a fugir do bem e a fazer o mal, causada pela freqüente repetição dos atos maus. Entre o pecado e o vício há esta diferença: o pecado é um ato que passa, enquanto o vício é o mau hábito contraído de cair em algum pecado.

Os vícios que se chamam capitais são sete:

1 – Soberba
2 – Avareza
3 – Luxúria
4 – Ira
5 – Gula
6 – Inveja
7 – Preguiça

Os vícios capitais vencem-se com o exercício das virtudes opostas.
Assim, a soberba se vence com a humildade; a avareza com a liberalidade; a luxúria com a castidade; a ira com a paciência; a gula com a abstinência; a inveja com o amor fraterno; a preguiça com a diligência e com o fervor no serviço de Deus.
Esses vícios chamam-se capitais porque são a fonte e a origem de muitos outros vícios e pecados.

Os pecados contra o Espírito Santo são seis:

1 – Desesperação da salvação
2 – Presunção de salvação sem merecimento
3 – Negar a verdade conhecida como tal
4 – Inveja da graça que Deus dá a outrem
5 – Obstinação no pecado
6 – Impenitência final

Estes pecados se dizem particularmente contra o Espírito Santo porque se cometem por pura malícia, a qual é contrária à bondade que se atribui ao Espírito Santo.

Os pecados que bradam ao Céu e pedem a Deus por vingança são quatro:

1 – Homicídio voluntário
2 – Pecado sensual contra a natureza
3 – Oprimir os pobres
4 – Não pagar o salário a quem trabalha

Diz-se desses pecados que bradam ao Céu e clamam a Deus por vingança porque o diz o Espírito Santo; e porque a sua iniqüidade é tão grave e manifesta, que provoca Deus a puni-los com os mais severos castigos.

Traduzido do Catechismo Maggiore promul­ga­to da San Pio X, Roma,Tipografia Vaticana, 1905, Edizione Ares, Milano, pp. 215-217.